Por Rogério Silva
I
Tarde de verão
praia de Ipanema
sol a pino.
Horizonte, céu, mar
rasgo de luzes refletidas
liga a praia às Cagarras.
II
Cuidar da criança,
molhar-se no mar
beber alguma coisa, papear.
Monotonia gostosa
olhos fechados,
deixar-se levar.
Burburinho das pessoas,
de grupinho em grupinho
ouve-se um pouco da conversa,
sons misturam-se
não formam nenhum sentido.
III
A tarde pendia
olhares perdidos
distantes
na imensidão da paisagem
ultraleve surge,
ao longe,
fascinante!
IV
O ritmo do motor
determinou sua observação.
Dinâmica de integração
ultraleve e paisagem,
convite à dúvida
e à curiosidade.
V
Imagem única
mar, gente, areia,
prédios e montanhas.
ultraleve aparecia e desaparecia.
VI
No brilho do sol
linha do horizonte,
ao passar a sua frente,
fez mudar a posição
para vê-lo partir
na outra direção.
Ficava pequenino
ofuscava o sol,
até se perder de vez,
da visão.
VI
Se deu conta,
já é tarde.
Ondas batendo
ninguém na água
muito menos na areia.
VIII
Os garis recolhiam detritos
deixados pela multidão,
removiam demarcação.
a areia parecia nua
como no alvorecer.
IX
Hora de ir embora,
mas ainda havia sol,
sua única razão de estar ali.
Lambia sem calor
a brisa leve dominava o espaço.
Vestígio da presença,
só mais adiante
onde os garis ainda não passaram.
X
Em volta, poucas pessoas
deixavam se levar pela calmaria
pareceu reencontrar o seu olhar.
Deu por falta do menino Daniel.
Procurou no mar,
em volta, nada.
Perturbou-se.
Perguntou a um, a outro
ninguém soube dizer.
XI
Levantou-se,
coração descompassado,
procurou ajuda,
do posto de salvamento
avistou o menino ao longe.
Pacientemente, esperava
o famoso sanduíche de lingüiça
da barraca do uruguaio.
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