2008/02/04

A porta

Por Rogerio Silva


Abre-te, Sésamo!

Ferrolho, fechadura, taramela.

Serventia da casa.

Impõe limite e segurança.


Madeira de lei, oca ou retrátil.

De vidro, entra sem entrar.

Pesada em aço, o cofre.

Nos salões, solene,

em duas abas.


Dentro e fora separa.

Na vida - a oportunidade

No amor - a paixão

Fechada - a morte.


Para Huxley, o céu e o inferno.

O celibatário de Duchamp.

No Barão Vermelho,

A chave da frente.

Eu quero agora

e quero prá sempre...


Chave, campainha, cartão magnético

abre-te.


Ilustração de Marcel Duchamp - Given exterior

Um comentário:

Selma Monteiro disse...

Que lindo!- disse Clara, ao ler. Rogério,você está, a cada momento revelando a sua delicadeza de alma, através de suas poesias. Será sempre eterna esta busca do belo. Faz parte de suas múltiplas facetas esta inquietação que te provoca a cada instante a abrir as portas e deixar fluir, sem medo, os seus sonhos. Parabéns!