2008/04/24

A lenda do Biguá

Por Rogério Silva

Entre índios Guarani.

Era um índio muito forte e jovem

vivia feliz com sua bela Yerutí,

em sua choça, junto de um grande rio.

A beleza da jovem despertou a cobiça.

Biguá, saiu para pescar.

Capiberá, outro índio guerreiro,

de índole muito má,

raptou Yerutí e levou-a para bem longe,

amarrada em uma canoa.

Ao retornar, não achando sua amada,

Biguá foi avisado.

O desaparecimento era obra de Capiberá.

Desesperado, parte em busca do inimigo.

Capiberá foi alcançado e morto.

Sua frustração foi intensa,

Sua companheira não foi encontrada.

Partiu imediatamente,

buscando-a por todos os lugares que conhecia.

Gritou em altos brados o nome de Yerutí.

Às margens do rio, no interior da selva.

Somente o eco devolvia seu angustioso chamado.

Vencido pelo cansaço

a falta de esperança de encontrar sua amada com vida,

jogou-se nas águas profundas do rio,

achava que ali teria perecido a bela Yerutí.

Buscou. Mergulhou profundamente.

No rio. Na selva.

O eco devolvia o seu angustioso chamado.

Depois de algum tempo,

seus irmãos da tribo avistaram uma ave negra.

Voava insistentemente sobre a choça

onde havia morado o feliz casal.

Em seguida embrenhou-se na selva

e se jogou nas águas do inquieto rio.

Ao consultarem o feiticeiro,

esse garantiu que o tal pássaro era Mbiguá.

Transformado em ave,

seguia buscando sua doce companheira.

Lenda ou não, no céu um bando de biguá

Voa e chama. Chama e voa.

Formação em v segue o líder.

Ora um, ora outro na frente.

Seus sons ecoam longe.

Vão e voltam, num incessante balé.

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