Entre índios Guarani.
Era um índio muito forte e jovem
vivia feliz com sua bela Yerutí,
em sua choça, junto de um grande rio.
A beleza da jovem despertou a cobiça.
Biguá, saiu para pescar.
Capiberá, outro índio guerreiro,
de índole muito má,
raptou Yerutí e levou-a para bem longe,
amarrada em uma canoa.
Ao retornar, não achando sua amada,
Biguá foi avisado.
O desaparecimento era obra de Capiberá.
Desesperado, parte em busca do inimigo.
Capiberá foi alcançado e morto.
Sua frustração foi intensa,
Sua companheira não foi encontrada.
Partiu imediatamente,
buscando-a por todos os lugares que conhecia.
Gritou em altos brados o nome de Yerutí.
Às margens do rio, no interior da selva.
Somente o eco devolvia seu angustioso chamado.
Vencido pelo cansaço
a falta de esperança de encontrar sua amada com vida,
jogou-se nas águas profundas do rio,
achava que ali teria perecido a bela Yerutí.
Buscou. Mergulhou profundamente.
No rio. Na selva.
O eco devolvia o seu angustioso chamado.
Depois de algum tempo,
seus irmãos da tribo avistaram uma ave negra.
Voava insistentemente sobre a choça
onde havia morado o feliz casal.
Em seguida embrenhou-se na selva
e se jogou nas águas do inquieto rio.
Ao consultarem o feiticeiro,
esse garantiu que o tal pássaro era Mbiguá.
Transformado em ave,
seguia buscando sua doce companheira.
Lenda ou não, no céu um bando de biguá
Voa e chama. Chama e voa.
Formação em v segue o líder.
Ora um, ora outro na frente.
Seus sons ecoam longe.
Vão e voltam, num incessante balé.
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