2008/10/20

Manual de utilização do penis

Por Rogério Silva

O pênis é um instrumento masculino que tem como função urinar e ejacular esperma. O instrumento feminino, chamado de vagina também tem a função de eliminar a urina. Mas a sua outra função é receber o esperma conduzido pelo pênis.

Todo instrumento já vem da fábrica com seu respectivo manual, contendo às discriminações do produto, modo de manuseio e utilização além do certificado de garantia. Mas, por incrível que pareça, o pênis não vem acompanhado de nenhum manual de utilização. A vagina também não. E existem várias razões para isso. A mais provável é que nos primeiros anos da vida do usuário, é a própria fábrica quem cuida deles. Tanto na manutenção da limpeza quanto na utilização. Nessa época os usuários só utilizam esses órgãos para urinar.

Por questões óbvias, vou me ocupar aqui apenas do instrumento masculino. No inicio da puberdade o usuário começa a descobrir as transformações do instrumento e as novas utilizações para aquele que teve o primeiro apelido de pinto. É nessa ocasião que o usuário vai descobrir que para utilizá-lo plenamente ele precisa de outro instrumento. Precisa da vagina. Como ele ainda não foi apresentado formalmente a ela, ele cria um modo próprio de utilização conhecido como punheta. A punheta leva esse nome porque utiliza o punho com seus cinco dedos. Esse método também é conhecido como cinco a um e sofisticadamente como masturbação.

Para essa prática é comum o usuário utilizar revistas masculinas ou outros meios gráficos como forma de excitação. Modernamente a internet tem sido o meio mais procurado. O usuário sente um misto de prazer e horror pelo tamanho que o pênis assume devido à excitação. Um manual nessa hora ajudaria muito, iria ensiná-lo, por exemplo, que o intumescimento se dá pela ingestão de sangue no interior do pênis, nos chamados corpos cavernosos. Como não existe o manual, ele busca informações com os mais velhos que supostamente já passaram por esses momentos.

Histórias, as mais estranhas, são ouvidas sobre o uso da punheta. Tem uma que diz que cresce um fio único de cabelo na palma da mão do usuário e quanto mais ele corta, mais o cabelo cresce. Outra história interessante, é que o uso feito com uma das mãos faria crescer mais o peito daquele lado. Portanto, quem tem um peito maior que o outro, com certeza, utiliza esse método.

Muitos usuários mantém os hábitos da puberdade até idades bastante avançadas. Esses hábitos não são prejudiciais à saúde embora se recomende moderação. Depois de passada essa fase o usuário já está plenamente familiarizado com o instrumento que utilizará em sua totalidade e quase que diariamente. Constituirá família, produzirá filhos, participará de bacanais, terá amantes, fará sodomizações e outras práticas mundanas.

Com o passar do tempo esse instrumento apresentará uma certa decadência e começará a falhar. É quando se ouvirá pela primeira vez a frase: “isso nunca me aconteceu antes!”. É provável que essa frase se repetida mesmo se o usuário mudar de parceira ou parceiro.

Ao longo da vida, o usuário sempre procurou conhecer melhor o seu instrumento. Por falta do manual fornecido pela fábrica ele procurou no especialista o conhecimento que este possui. O especialista pode orientar de forma individual ou coletiva com advertência para as doenças sexualmente transmissíveis (DTS). Uma das mais grave de todas é a AIDS. Nesses casos recomenda-se o uso de uma camisinha. Conhecida como camisa de Vênus, protege tanto o pênis quanto a vagina.

Há casos em que o pênis perde o seu destino sexual devido à falta de prazer do usuário ou devido a alguma anormalidade que o acomete. O envelhecimento também ajuda nesse processo. Além dele a utilização de drogas também. Assim como hábitos desregrados.

O mais incrível é quando o usuário atinge uma idade na qual a funcionalidade fica duvidosa. Não é uma perda total, mas o usuário tem que se haver com as mais estranhas situações. Por exemplo, quando a função urinária fica tão alterada, que o usuário sente vontade de urinar, mas não dá tempo de chegar ao lugar próprio e ele se urina todo. Em outros casos sente vontade de urinar, mas só faz um pouquinho e tem que voltar várias vezes ao banheiro. Após os cinqüenta anos de idade, recomenda-se uma consulta anual ao especialista. Essa consulta é sempre muito delicada para o usuário, pois o especialista precisa introduzir um dedo no instrumento anal do usuário. O que produz um certo desconforto, tanto do ponto de vista corporal quanto social e moral.

Nessa fase da vida, o usuário já utilizou o pênis nos seus modos mais prováveis e a sua mente sempre colaborou. Isso fez com que ele tivesse criado hipoteticamente um manual próprio. Pois toda a vez que via uma usuária do sexo feminino o seu pênis se mostrava pronto para o uso. Por volta do sessenta anos ele continua sendo estimulado mentalmente, mas o instrumento precisa de um aditivo para se mostrar pronto para o uso. Com uma dessas pílulas que existem no mercado, às vezes funciona.

Observação importante: o celibato e a abstinência não são garantias de longa duração para o dito cujo. Por isso, não convém dar ouvidos às recomendações religiosas.

Quando estiver reunido com seus amigos num bar, por exemplo, e passar uma gatinha rebolativa, uma luz acenderá na cabeça do usuário. Certamente ele ficará assanhado, mas o instrumento nem se manifestará. Só então, ele se dará conta de que nunca teve o manual, mas sempre soube usar. Agora, porém, alguém lhe dirá: “não adianta que você tem o instrumento, mas não sabe mais como se usa.”

3 comentários:

Anônimo disse...

Achei interessante o modo que você achou para falar de um assunto que muita gente trata como tabu.
Eu me diverti muito com o texto e acho-o muito bem escrito
Parabéns pelo blog

Afonso Romero

Anônimo disse...

ridículo.

Anônimo disse...

A vagina não "elimina" urina, essa função é da uretra.