Aquela criatura singela,
Que ali na estante mora,
Enlaça nossas vistas nela,
Para ser pega a qualquer hora.
É feito de tinta e papel.
Muitas vezes leva costura,
Com texto e textura a granel.
E é visto com muita mesura.
Poesia, literatura ou arte.
Ciência e conceituação.
Tem um autor em cada parte,
Que descreve a sua intenção.
Para consulta ou conhecimento,
Sentir o seu cheiro com imaginação.
Pegá-lo é preciso, por merecimento.
Lágrimas de choro molham a paginação.
Na estante. A vitrina da alma.
Fica esquecido há muito, silente.
O prazer de ler com calma,
Acorda-o e o faz presente.
Cada livro que tem uma história.
Ganha carícias de mãos e de olhos.
Bom ou ruim é uma memória.
Guarda em si, seus repertórios.
Nada substitui este prazer, enlevamento.
Nem a internet, com avidez e velocidade,
Faz do e-book tão bom instrumento,
Que roube do livro a sua felicidade.
2 comentários:
E isso num país onde o Presidente da República não lê.
Bonito poema.
Luiz Ricardo
Adoro esse poema, não menos que os outros... sua sensibilidade é algo singular! Parabéns!
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